Rinite gera faltas no trabalho e na escola
Pelo menos 44% dos brasileiros faltam no trabalho por causa de crises de rinite. E mesmo quando decidem ir ao serviço, seu rendimento despenca em 40%. A doença também prejudica as crianças, que faltam na escola (32%) ou não conseguem se concentrar nos estudos (12%). Os dados são da pesquisa “Alergias na América Latina” (AILA), divulgada terça-feira no XIX Congresso Mundial de Otorrinolaringologia, em São Paulo.
“A rinite tem seu impacto subestimado”, comenta Dirceu Solé, professor da Unifesp e presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. “Ela afeta a qualidade de vida, tem impacto no trabalho e nos estudos”, avalia.
Quem sofre com a doença tem dificuldade para dormir, dá diversos espirros repetidos, tem coriza e coceira no nariz. “Ninguém morre por causa disso, mas dá para ficar bem irritado”, pondera Bradley Marple, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Ele mostra que o cansaço afeta 41% dos pacientes brasileiros, seguido pela irritação (39%) e pela ansiedade (35%).
“Esses dados não existiam no Brasil. Agora podemos ver o real impacto da rinite”, afirma o otorrino João Ferreira de Mello Jr., do Hospital das Clínicas. “A rinite é uma doença que está crescendo no mundo. Existem várias hipóteses para isso, como o aumento da poluição e a alimentação gordurosa”, conta Michael Blaiss, professor da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos.
Além de crescente, é possível que a doença seja subdiagnosticada. A pesquisa AILA mostrou que 43% dos brasileiros afirmam conviver com os sintomas da rinite quase diariamente, embora apenas 9% tenha diagnóstico de um especialista. O diagnóstico é basicamente clínico, mas existem testes que confirmam a suspeita, como exames de sangue e de hipersensibilidade da pele. (Diário de SP)
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