SEXUALIDADE

HISTORIAS ENGRAÇADAS DE MOTEL

Pânico na suíte 42

Era uma noite fria do mês de junho de 1998. Eu me preparava para ir para o aconchego do meu lar quando toca o telefone. Ao atender, ouço a recepcionista com voz trêmula, quase chorando:

– Seu Alberto, o cara matou a mulher na suíte e está aqui saindo com outra!
Eu, atônito, não entendi nada. Peguei o segurança e o gerente, que chamaram o copeiro e o cozinheiro. Juntos, nos dirigimos ao local. No caminho, fiquei pensando: que tipo de pessoa seria tão fria a ponto de entrar com alguém no porta-malas do carro, cometer um crime na suíte e depois tentar passar pela recepção como se nada tivesse acontecido?
Deveria se tratar de um matador profissional. Ou então, num momento de insanidade, uma das mulheres despedaçou a outra e a deixou no quarto, como se estivesse dormindo.
O caminho foi longo, silencioso e nervoso até a suíte. Na porta do apartamento, deparo-me com a camareira em prantos, trêmula
– Está lá, gente. Está lá na hidro, durinha boiando, eu vi!
Passo a passo, então, sigo em frente espreitando todo o quarto, que estava na mais perfeita ordem, sem marcas de brigas, violência ou sangue. Dirijo-me para a área de hidromassagem e vejo que há algo boiando na banheira. Acendo a luz e começo a analisar. Talvez até pelo silêncio tétrico, todo o pessoal aproveita e entra no quarto.
E não é que o cliente tinha deixado uma boneca inflável boiando com a cara para baixo na banheira e jogado catchup na água para dar a impressão de sangue? A coitada da camareira, ao entrar no quarto escuro, deparou-se com aquilo e julgou ser um cadáver. Liguei para a recepção e liberei o cliente. Nossa risada era geral. De repente, o telefone toca novamente e a recepcionista me diz que o cliente tinha esquecido uma amiga no quarto.

Nossa vingança não poderia ser outra. Mandamos para ele a boneca "cheinha". O cliente não se fez de rogado: beijou-a ardentemente e saiu rindo com suas "companheiras". Eu mereço...

* Alberto Miranda é empresário do ramo de motéis em São Paulo