terça-feira, 7 de julho de 2009

CONTROLE REMOTO

Na boca do povão

Juvenal Antena (Antônio Fagundes) em "Duas Caras" poderia dizer "justamente". Dona Jura (Solange Couto) de "O Clone" emendaria com um sonoro "não é brinquedo, não", enquanto Giovanni Improtta (José Wilker), de "Senhora do Destino", completaria com um "felomenal". Assim poderiam reagir alguns dos donos de bordões da TV diante do sucesso de "are baba" (que significa algo como "ai, meu Deus"), expressão de "Caminho das Índias" que está na boca tanto de Maya (Juliana Paes) quanto das pessoas nas ruas.

Intérprete de Ravi no folhetim, Caio Blat diz que previa desde a estreia que a frase se tornaria famosa. "É uma expressão muito engraçada e espontânea. Além disso, essas frases ajudam a diferenciar as linguagens da trama", analisa o ator.

Brendha Haddad, que vive Rani, confessa que incorporou "are baba" ao seu vocabulário. "Vivo falando a frase para minhas amigas e, para onde viajo, vejo que as pessoas também dizem", conta a atriz.

Eliane Giardini, que dá vida a Indira, diz que o segredo de "are baba" é o sucesso da novela. "Acho engraçado ver as pessoas falando a frase. Ela tem um forte apelo popular", diz Eliane.

Nilson Xavier, autor do "Almanaque da Telenovela Brasileira", concorda. "Se o público se identifica, é natural que repita na rua", diz Xavier, que relembra outros sucessos. "'Estou certo ou estou errado?', de Sinhozinho Malta, em 'Roque Santeiro', e 'quero esse prédio na chon', de dona Armênia, em 'Rainha da Sucata'."

Para Claudino Mayer, pesquisador de teledramaturgia da USP, "are baba" foi assimilada porque é simples. "Ela remete a um significado que é identificado pelos telespectadores. (Ana Carolina Rodrigues do Agora SP)

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