CURIOSIDADE

HISTORIA engraçada DE MOTEL

Pancada de amor dói?

Regularmente, em nossa região, reunimos algumas pessoas do setor moteleiro para um happy-hour. Nesses encontros, trocamos informações e aproveitamos para aliviar o estresse do dia-a-dia. Este grupo sempre contava com a presença alegre de Pescuma, um português de seus 40 anos, proprietário de motéis em São Paulo. Ele sempre se destacou pelo seu jeito falante e alegre. Depois de duas taças de vinho, com as bochechas vermelhas, era um dos mais animados do grupo.

Após três ausências consecutivas de Pescuma em nossas "reuniões", já estávamos ficando preocupados. Resolvemos, então, cobrar-lhe a presença na reunião seguinte.

Pelo telefone, já pude percebê-lo desanimado. Terminou a conversa com um lacônico “se der eu apareço por lá”. Realmente, ele apareceu. Estava bem vestido como sempre, porém sua expressão já não era a mesma. Parecia preocupado e chateado.

Perguntamos a ele o que acontecia, mas nada do homem se abrir. Esperamos ansiosos que ele tomasse seu habitual vinho. Ainda assim, nada do Pescuma melhorar.

Depois da quarta taça de vinho, como não parávamos de insistir, ele — com as bochechas vermelhas — começou:

- Vocês não imaginam o que me aconteceu.
- Fala logo, Pescuma! É problema de saúde com a família?
- Pior.
- Então fala logo, chega de rodeios!
- Estava eu a trabalhar no motel, quando a recepcionista me liga apavorada dizendo que duas "mariconas" estavam se batendo na suíte.
- Pescuma, como assim? Duas "mariconas"?
- É, oh rapaz, dois homens que “agasalham”.
- Dois homens ou dois travestis?
- Não, dois homens afeminados, mas com pose de homem forte!
- Ah, um par de "Pitbichas"! - disse um engraçadinho, para o riso geral.
- Pois é, então. A recepcionista me disse que estava um barulho dos infernos na suíte. Fui até lá para ver o que estava acontecendo. Ao chegar, encontro a porta aberta, os dois só de calcinha e quase se matando, rapaz!

A curiosidade tomou conta de todos.

- Conta, Pescuma!
- Ora, tirei um de cima do outro e o cara quis vir pra cima de mim. Dei-lhe uma bolacha e o seu amigo já foi dizendo: bate mesmo, ele me trocou, ele não presta.
- Caramba! O negócio foi feio.
- Não vistes nada ainda. A “maricona” veio de novo e dei-lhe um sopapo que nocauteou o bicho. Botei os dois para fora rapidinho.
- Pôxa, Pescuma, que problemão. Agora o cara tá na polícia te processando?
- Pior.
- Tá te perseguindo, querendo desforra?
- Nada, pior ainda.
- Qual o problema então, Pescuma?
- Ele já me mandou este Rolex aqui, esta camisa italiana, dois buquês de flores e fala que a minha porrada é a melhor da cidade. E olha que ele já experimentou outras, hein?

* Alberto Miranda é empresário do ramo de motéis em São Paulo.

(Omoteleiro)