sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SERVIÇO

Doação de leite materno cai 15,7% em um ano

De um lado, uma demanda crescente. De outro, número de doadores em declínio. Esse é o cenário dos bancos de leite humano do país.

Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, de janeiro a dezembro de 2007 foram doados 123.374 litros de leite no país, 13,6% a menos do que no mesmo período de 2006. O número de doadoras também caiu, de 110.231, em 2006, para 92.898 no ano seguinte, retração de 15,7%.


O leite humano é doado para recém-nascidos prematuros e outros bebês impossibilitados de receberem o leite diretamente da mãe. "O leite materno é importante, pois contém nutrientes adequados para o crescimento do recém-nascido. Além disso, há o aspecto imunológico: o leite transmite anticorpos que protegem o bebê de doenças que a doadora já teve", explica Maria Aparecida Mezzacappa, neonatologista e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Muitos bebês também são alérgicos ao leite de vaca e de outros animais e precisam receber o leite humano. Quando o leite é doado de mãe para filho (em casos de recém-nascidos prematuros), os vínculos entre eles são fortalecidos e o leite tem a condição nutricional adequada para o bebê.

Por normas do Ministério da Saúde, o leite deve ser pasteurizado antes de ser distribuído. "Mas quando a mãe doa o leite diretamente para seu filho é possível utilizar o leite cru (sem pasteurização)", explica Mezzacappa.

Campanha de conscientização
Desde 2003, o Ministério da Saúde promove no dia 1º de outubro o Dia Nacional de Doação de Leite Humano que visa mobilizar a sociedade para aumentar a doação do leite materno. Neste ano, a madrinha da campanha é a atriz e doadora Camila Pitanga.

Os números sugerem um efeito positivo das campanhas. Desde 2003, o volume de leite humano coletado aumentou em 56,62% e a média de doadoras, em 55,17% (dados até o final de 2007).

Veja onde são os Bancos de Leite Humano

Mônica Aparecida Pessoto, médica neonatologista e responsável técnica pelo Banco de Leite Humano do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp, diz que o país sempre enfrenta falta de leite, variando de banco para banco e lembra que o país possui apenas 231 bancos de leite humano.

"As mães são muito solidárias na doação, sempre querem ajudar", conta Pessoto. Para doar, a mulher precisa estar saudável, não tomar medicação, não ter vícios (é aceitável até 10 cigarros por dia) e ter sorologias negativas (não pode ter doenças contagiosas como hepatite e HIV).

O processo é simples, a ordenha pode ser manual ou elétrica, no próprio banco ou em casa. "As mulheres podem tirar o leite em casa e depois congelá-lo. O hospital busca o material duas vezes por semana", conta.

É preciso seguir uma rotina de coleta: tem que usar gorro e máscara para não contaminar o leite, lavar as mãos e retirar o leite na parte mais limpa de casa. Ele deve ser colocado em um frasco estéril fornecido pelo banco de leite. Depois é só congelar e esperar a retirada.

"A doação é muito boa para o bebê que recebe e também para a mãe que doa, que alivia a dor causada pelo seio cheio de leite", conclui Pessoto. (crc/sp – uol)

Um comentário:

Petterson Lima disse...

Eu espero que Melrose volte e dê certo né?!

Abraços amigo e valeu pela visita no blog, volte sempre (: