O Nono foi hospitalizado e os filhos, netos e bisnetos vieram de todos os
cantos do mundo.
Os médicos deixaram que os parentes levassem-no para a sua casa, para
cumprir seu último desejo: O de morrer em casa, ao lado de seus queridos.
Foi para o quarto e as visitas foram se revezando para tentar consolar e
dar conforto ao Nono em seu derradeiro momento.
De repente o Nono sentiu um aroma maravilhoso que vinha da cozinha.
Era a Nona tirando do forno uma fornada de pastiére de grani italiani.
Os olhos do Nono brilharam e ele se reanimou.
Então, o Nono pediu ao bisneto que estava ao lado da cama dele:
"Piccolo mio, vai na cojina e pede um pedaxo de pastiére pra Nona."
O guri foi e voltou muito rápido.
"E o pastiére ?" - perguntou o Nono.
"A Nona disse que no !"
"Ma per que no, porca miséria, ma que vecchia desgraciata! Que qüesta
putana falô?"
"A Nona disse que é pro velório!"
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