terça-feira, 15 de abril de 2008

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Filme pornô perde espaço no Brasil


Faturamento de produtoras cai pela metade em um ano


A JULGAR pelos números do mercado erótico nacional, os brasileiros parecem estar vendo menos pornografia e fazendo mais sexo.
Enquanto a produção de filmes pornôs vive tempos cada vez mais difíceis, a venda de produtos eróticos, como cremes e vibradores, cresce sem parar. Na 12a Erótika Fair, que começa amanhã, a presença dos filmes será mínima diante dos vendedores de produtos.
A locação de filmes eróticos caiu quase pela metade nos últimos dois anos. Muitas locadoras chegaram a abolir o gênero das prateleiras.
É o caso da 100% Vídeo, a maior rede nacional de videolocadoras, que no final de 2007 retirou dos seus franqueados a obrigação de oferecer filmes de sexo. “Em locadoras freqüentadas por classes A e B, o pornô só representa 1% das locações”, explica o diretor de franquia Carlos Augusto.
Segundo Augusto, a crise do pornô faz parte de uma crise maior do mercado de DVDs, provocada pela pirataria. O impacto sobre o filme erótico, contudo, é maior. “Além da pirataria, o pornô concorre com a trivialização do sexo, que hoje pode ser visto facilmente na internet e na TV”, aponta. Ele lembra que, em 1986, quando era novidade, o pornô respondia por um quinto das locações em VHS.
A queda nas locações fez o faturamento dos filmes eróticos despencar entre 20% e 50% no último ano, segundo dados das produtoras Sexxxy, Explícita e Platinum, ouvidas pela reportagem.
A Brasileirinhas, principal empresa em atividade, admite queda, mas não menciona números.
A Buttman, que já foi a principal concorrente da Brasileirinhas, deixou de produzir e praticamente fechou as portas, segundo informações do mercado (ninguém da empresa atendeu aos telefonemas do Metro).
Cineastas independentes, como o diretor Sady Baby, pioneiro do cinema pornô dos anos 80, dizem que a crise é culpa da falta de visão dos produtores, que fazem pornôs “todos iguais”.
“Só vai haver espaço para quem for criativo”, afirma o diretor, que promete voltar ao mercado com filmes “polêmicos”, um deles protagonizado por sua filha.
Empresa investe em “sacoleiras eróticas”
Os donos da produtora pornô Explícita resolveram diversificar os negócios, depois que o faturamente da empresa caiu 50% em um ano e abriram a Adão e Eva, uma rede de produtos eróticos.
Deu certo: “ela foi aberta em novembro e vem crescendo 30% ao mês”, diz um dos sócios, André Marques da Silva. A marca investe agora nas “sacoleiras”, vendedoras do interior dos país que vão oferecer os produtos na casa das amigas, feito reunião de Tuppeware. A última novidade são os cursos criados pela empresa para ensinar as sacoleiras a abordar seus clientes.

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