A (não tão) doce história da mãe da Barbie
Livro narra a trajetória de Ruth Handler, criadora da boneca que foi afastada da própria empresa
FELIPE BRANCO CRUZ
Há 51 anos, a americana Ruth Handler, décima filha de imigrantes judeus poloneses, percebeu que “as meninas pequenas só querem ser garotas maiores” e criou a boneca Barbie. As bonecas que existiam até então eram simples imitações de bebês. Barbie era diferente. Ela poderia ser qualquer coisa: ginasta, atleta olímpica, candidata à presidência, sereia, princesa, etc. Hoje, o brinquedo é vendido em mais de 150 países e sucesso incontestável de vendas.
A história de Barbie toda menina conhece. Ainda desconhecida era a história da criadora da boneca, agora contada nas páginas do livro Barbie & Ruth, escrito pela biógrafa Robin Gerber. “Ruth foi uma mulher à frente de seu tempo”, diz Robin, por telefone, ao JT. “Ela criou um ícone.”
A história de Ruth é bem mais trágica do que sua boneca loira sugere. Empresária agressiva, ela fundou a Mattel, uma das maiores fabricantes do mundo. Na década de 70, Ruth e seu marido perderam o controle da companhia e foram afastados. Anos depois, a criadora de Barbie descobriu que tinha um tumor, teve uma das mamas extraídas e, por fim, acabou morrendo de câncer em 2002.
A boneca, segundo a autora, teria sido criada por Ruth com inspiração em sua filha, Barbara. O namorado da boneca também veio de fonte familiar, e foi batizado com o nome de seu filho morto em 1994, Ken. “É uma ironia. Os meninos sempre mexeram com as meninas dizendo que o Ken era gay. E de fato ele era. Apesar de, na vida real, ele ter sido casado e ter tido filhos, ele foi um gay enrustido”, garante a autora. O Ken real morreu de aids e só assumiu para a mãe que era homossexual pouco antes de morrer. “Ele nunca saiu do armário.”
Detalhes como esses são descritos no livro, que detalha ainda a luta de Ruth contra o câncer e a disputa judicial que a retirou do controle da Mattel. (Jornal da Tarde)
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