segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

ÉSPECIAL

MAURICIO DE SOUZA


Filho do poeta, escritor, pintor, radialista, compositor e barbeiro Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, Mauricio começou desenhando cartazes em Mogi das Cruzes, onde viveu até os 19 anos. "Mogi formatou minhas histórias. Eu pescava no rio, entrava e saía da casa dos vizinhos, brincava na rua...", lembra. "Meu pai, em vez de proibir o gibi, chegava de noite do trabalho e jogava vários gibis na minha cama. Minha mãe também era incrível. Até o fim da sua vida, ela me dava uma mesada em dinheiro. E ai se eu não aceitasse... Era uma coisa bonita que sempre tivemos."Na cidade grande, Mauricio foi bater na porta do jornal Folha da Manhã para saber se havia vagas para cartunistas. Virou repórter policial. Trabalhou por cinco anos cobrindo crimes, assassinatos e brigas, sempre vestido de chapéu e sobretudo, igualzinho ao Dick Tracy. Mauricio ilustrava as reportagens com desenhos, que faziam um sucesso danado entre os leitores. "Uma hora tive que decidir entre o jornalismo e o desenho, minha paixão de verdade", diz. "E foi nessa época que eu criei o Bidu e o Franjinha. Em 1959 saiu a primeira tirinha no jornal e daí para a frente eu abandonei a máquina de escrever e virei desenhista."Esse "daí para a frente" da história de Mauricio ficou impresso nos quadrinhos. Publicou tiras em dezenas de jornais, editou revistas, aumentou sua família de personagens, lançou filmes, criou o licenciamento mais poderoso do País, inaugurou parques de diversões... E não falta vontade para preencher mais páginas de histórias. Logo, Cebolinha ganhará um parque só seu em um shopping da cidade, uma revista para adolescentes será lançada e a Turma da Mônica ainda vai participar de um ambicioso processo de alfabetização de 180 milhões de... chineses. "Não paro de ter idéias, esse é o problema", brinca. "Para mim, isso aqui não é trabalho. É a minha vida."

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