José Luiz Datena: o maior salário do jornalismo policial
Eles estão entre os maiores salários da TV e, alçados à fama, tornam-se âncoras de seus próprios programas.
Os jornalistas policiais, título que rejeitam e trocam por "investigativo" ou de "segurança pública", são alvo de disputa entre emissoras.
Que o digam Roberto Cabrini (SBT), Marcelo Rezende (Record) e José Luiz Datena (Bandeirantes).
Além de boas audiências, às custas, muitas vezes, de sensacionalismo com poucos limites, a cobertura policial confere repercussão às TVs. E elas dão cada vez mais espaço ao assunto.
Um noticiário local na Record chega a ter 80% de reportagens ligadas à segurança. Em dias como os da invasão dos morros no Rio, 100%.
"Não sei se esse tipo de repórter é mais valorizado, mas é mais difícil de encontrar. Poucos acabam indo por esse caminho. O glamour é zero. Tem é transpiração e correria", diz Marcelo Rezende.
Os diretores de jornalismo negam que os repórteres policiais ganhem mais que os outros na TV, mas reconhecem a importância da área.
"As matérias policiais acabam sendo um veículo de cobrança das autoridades", diz José Emílio Ambrósio, diretor de Jornalismo da Band.
Luiz Gonzaga Mineiro, diretor de Jornalismo do SBT, assume as dificuldades de se fazer reportagens policiais sérias na televisão.
"O detalhamento, como ir além dos dois lados da história, a polícia e o bandido, fica comprometido em uma cobertura ao vivo", diz ele.
Mas todo esse barulho sai caro. A Folha apurou que Marcelo Rezende foi para Record por um salário mensal de R$ 200 mil. Cabrini fatura no SBT na faixa de R$ 250 mil. Mas o maior salário mesmo é o de Datena: R$ 500 mil. "Talvez eu seja valorizado porque trabalho muito", diz o âncora do "Brasil Urgente", líder de audiência na Band. Para Mineiro, o espaço de cobertura policial está diminuindo no SBT. "Não podemos tirar o policial, mas a questão hoje é olhar para o nacional. Tanto é que "Boletim de Ocorrência" (policialesco do canal) saiu do ar."
"Se não tivesse importância, não cobriríamos. O país é esse, não fui que inventei. Se tivesse sido eu, teria inventado outro país, mais simpático, mais leve", diz Rezende. (Coluna Outro Canal / Folha de S. Paulo)
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