“Conserto brinquedos - infantis e eróticos”
Empreendedor que já havia criado um pronto socorro para bonecas, abre um hospital de vibradores e acessórios sexuais que atende pedidos de todo país
Bartolomeu Queiroz de Alencar, 49 anos
“Eu nunca tinha pego num vibrador nem de brincadeira com a minha esposa. Sempre trabalhei com brinquedos, mas infantis. Há 25 anos, abri o Pronto Socorro das Bonecas, onde faço consertos e restaurações. Mas quatro anos atrás chegou um rapaz meio envergonhado, dizendo que seu produto estava com um defeito eletrônico. Eu pedi que ele me entregasse porque eu daria uma olhada e veria se tinha jeito de arrumar. Quando peguei da sacola, percebi que era um vibrador.
Achei esquisito, mas levei o tal pênis para os fundos da loja, onde fica minha oficina. Abri e rapidinho encontrei o fio que estava solto. Era simples para mim, então consertei por cinco reais e devolvi para o cliente. Foi tão inusitado que fiquei pensando naquilo: “Será que as sex shops não precisam também do meu serviço?”. Fiz uma lista com várias e mandei um e-mail me oferecendo como técnico. Tive um retorno inesperado: apareciam falhas em quase 10% dos produtos importados.
Comecei a buscar os vibradores nas lojas e colocava no porta-malas. Sempre imaginava como explicaria aquela carga se fosse parado em uma blitz da polícia. Me achariam um pervertido! Chegava na oficina com pintos de todos os tamanhos, formas, cores, texturas. Todo mundo tirava sarro, mas quando o bico foi trazendo dinheiro para casa, me levaram a sério. Criei o site www.hospitaldosvibradores.com.br para atender o país inteiro. Funciona assim: o cliente envia o produto pelo correio, eu avalio e mando um orçamento por e-mail. Se ele aprovar, efetua o depósito, nós consertamos e ele recebe de volta em alguns dias. Vale a pena porque cobro cerca de R$18 por um reparo simples (em um vibrador de R$ 100). Atendo muitos homens, e eles são mais bem resolvidos e diretos que as mulheres. Elas sempre dizem que o vibrador é de uma amiga.
No início, dava receio de pegar nos produtos. Mas é difícil receber algo sujo ou cheirando mal. De qualquer forma, tudo é lavado e esterelizado com álcool assim que chega. Os três funcionários que consertam controle remoto de carrinho e braço quebrado de boneca também trabalham com vibradores. A maior parte dos problemas tem a ver com motor enferrujado ou curto porque o dono deixou cair água ou entrou com ele na banheira. O mercado vive lançando novidades, então aparece cada coisa maluca aqui que a gente nem sabe para que serve. Às vezes precisamos reunir a equipe para entender o funcionamento da peça.
Uma vez tive que trocar o motor de um vibrador e não tinha o modelo equivalente. Coloquei um maior. Morri de rir quando o cliente me ligou agradecendo porque eu acabei aumentando a grossura do brinquedo. A gente também recebe bonecas infláveis. Para encontrar o furo nelas, colocamos em uma bacia d’água, como se faz em borracharia. Olha, eu acho que tenho uma mente aberta. Mas não entendo como é que alguém pode sentir tesão com uma mulher de plástico. Brinco com meus funcionários: antes de devolver o produto, precisa testar para ver se está funcionando”.
Serviço:
Hospital dos Vibradores e Acessórios Sexuais
Rua Deputado Emílio Carlos, 1304 – Vila Campesina / Osasco
Tel. (11) 3699-7360
www.hospitaldosvibradores.com.br
(REVISTA EPOCA SP)
2 comentários:
hauhauhauha! boaaa! Não sei como as pessoas não pensaram nisso antes: vibradores tbm quebram, né?! haha
eu mesmo nunca tinha pensado nisso...
:s
abraaaço! boa semana pra vc!
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